cavacadas
Confesso que não ouvi o discurso de ontem do senhor presidente da república. Falta-me a pachorra para as inverdades que esta gente emite para nos convencer da inevitabilidade da miséria.
Se o anterior, Jorge Sampaio, se distinguia pela verborreia redonda, elitista mas sem significado algum, o atual, Cavaco Silva, até nas palavras é parco e consege em cinco minutos de discurso dizer o que Sampaio demorava duas horas: nada!
Mas se me livrei ao discurso, o mesmo não aconteceu aos comentários sobre o discurso, os quais, confesso corado, também não me fizeram chegar a conclusão alguma.
Se o atual ministro Crato, mais alguns, denunciou o que ele chama de "eduquês", o discurso e práxis das ciências da educação que de há 30 anos para cá, sem dó nem piedade, tem invadido a teoria e prática educativa neste país, sem medir consequências, com frases mal digeridas, sem uma avaliação séria aos sucessivos sistemas que se tem vindo a sobrepor uns aos outros e as escolas públicas, não só por isso mas também, tornadas numa calda caótica; então é bom agora referir que também existe o "economês" que é um discurso só dominado por iniciados em economia, ao qual eles dão uma significação própria às palavras que coloca esse discurso fora do entendimento do cidadão comum.
Em alturas da 1ª guerra mundial, o então presidente, ou seria 1º ministro?, francês, do qual não me recordo o nome, terá nomeado ministro da guerra um civil, o que indignou os militares e a provocação de um jornalista que o questionou sobre tão insólita nomeação. Ao que o sujeito terá respondido: "- Sabe. Isto da guerra é um assunto demasiado sério para ser deixado apenas nas mãos dos militares".
Estou inclinado a dizer o mesmo sobre a atualidade: A crise é um assunto demasiado sério para ser deixado nas mãos dos economistas.
Mas voltemos a Cavaco.
Um comentador comparou-o mesmo a um corredor de maratona, daqueles que passam despercebidos durante toda a prova e de repente, no último quilómetro ou até metros, aparecem a disputar a vitória.
Não sei se o caso é para tanto mas merece dois minutos de atenção.
Se a intervenção de Cavaco tem por objetivo que os anunciados cortes dos 13º e 14º meses aos depauperados funcionários públicos não vão por diante, merece aprovação, não só pelos funcionários mas como forma de não atirar para a falência uma enorme mole de pequenas indústrias, a restauração e o pouco que resta do comércio tradicional e dando enorme machadada no comércio das grandes superfícies, enfim, evitanto o definitivo afundanço da economia nacional. De acordo, julgo que a grande maioria dos portugueses concorda também.
Agora, se o que ele disse visa a que esses cortes atinjam também o setor privado, não posso estar mais em desacordo nem creio que Cavaco queira encarnar essa figura que será até aos fins dos tempos amaldiçoada: o coveiro da economia nacional.
Também não creio que Cavaco encontre um só patrão, um só gestor de empresas, um só conselho de administração que defenda tal aberração.
Por um lado a motivação de qualquer empresário ou comerciante é o lucro, esta medida aparece sob a forma de imposto, ou seja, o patrão iria recolher os dois meses de salário aos seus empregados para o entregar ao fisco, não tendo daqui qualquer lucro, apenas trabalho e chatices. Por outro lado, o setor privado baseia a sua ação junto dos trabalhadores com incentivos que os façam aumentar a produtividade e uma medida destas apenas iria gerar mais indignados, mais gente desmotivada e consequente quebra de produção.
Enfim, os dados estão lançados, mas como assinalou Bacelar de Vasconcelos, qualquer corte salarial não é só inconstitucional é acima de tudo ilegal.
Vamos ver se os coveiros de Portugal tem coragem de instituir a ilegalidade em forma de Lei..
Se o anterior, Jorge Sampaio, se distinguia pela verborreia redonda, elitista mas sem significado algum, o atual, Cavaco Silva, até nas palavras é parco e consege em cinco minutos de discurso dizer o que Sampaio demorava duas horas: nada!
Mas se me livrei ao discurso, o mesmo não aconteceu aos comentários sobre o discurso, os quais, confesso corado, também não me fizeram chegar a conclusão alguma.
Se o atual ministro Crato, mais alguns, denunciou o que ele chama de "eduquês", o discurso e práxis das ciências da educação que de há 30 anos para cá, sem dó nem piedade, tem invadido a teoria e prática educativa neste país, sem medir consequências, com frases mal digeridas, sem uma avaliação séria aos sucessivos sistemas que se tem vindo a sobrepor uns aos outros e as escolas públicas, não só por isso mas também, tornadas numa calda caótica; então é bom agora referir que também existe o "economês" que é um discurso só dominado por iniciados em economia, ao qual eles dão uma significação própria às palavras que coloca esse discurso fora do entendimento do cidadão comum.
Em alturas da 1ª guerra mundial, o então presidente, ou seria 1º ministro?, francês, do qual não me recordo o nome, terá nomeado ministro da guerra um civil, o que indignou os militares e a provocação de um jornalista que o questionou sobre tão insólita nomeação. Ao que o sujeito terá respondido: "- Sabe. Isto da guerra é um assunto demasiado sério para ser deixado apenas nas mãos dos militares".
Estou inclinado a dizer o mesmo sobre a atualidade: A crise é um assunto demasiado sério para ser deixado nas mãos dos economistas.
Mas voltemos a Cavaco.
Um comentador comparou-o mesmo a um corredor de maratona, daqueles que passam despercebidos durante toda a prova e de repente, no último quilómetro ou até metros, aparecem a disputar a vitória.
Não sei se o caso é para tanto mas merece dois minutos de atenção.
Se a intervenção de Cavaco tem por objetivo que os anunciados cortes dos 13º e 14º meses aos depauperados funcionários públicos não vão por diante, merece aprovação, não só pelos funcionários mas como forma de não atirar para a falência uma enorme mole de pequenas indústrias, a restauração e o pouco que resta do comércio tradicional e dando enorme machadada no comércio das grandes superfícies, enfim, evitanto o definitivo afundanço da economia nacional. De acordo, julgo que a grande maioria dos portugueses concorda também.
Agora, se o que ele disse visa a que esses cortes atinjam também o setor privado, não posso estar mais em desacordo nem creio que Cavaco queira encarnar essa figura que será até aos fins dos tempos amaldiçoada: o coveiro da economia nacional.
Também não creio que Cavaco encontre um só patrão, um só gestor de empresas, um só conselho de administração que defenda tal aberração.
Por um lado a motivação de qualquer empresário ou comerciante é o lucro, esta medida aparece sob a forma de imposto, ou seja, o patrão iria recolher os dois meses de salário aos seus empregados para o entregar ao fisco, não tendo daqui qualquer lucro, apenas trabalho e chatices. Por outro lado, o setor privado baseia a sua ação junto dos trabalhadores com incentivos que os façam aumentar a produtividade e uma medida destas apenas iria gerar mais indignados, mais gente desmotivada e consequente quebra de produção.
Vamos ver se os coveiros de Portugal tem coragem de instituir a ilegalidade em forma de Lei..
Jaime Crespo
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