retalhos sobre ADD
A trampa merece trampa como resposta
(coment´rios que deixei no blog profavaliação de Rmiro Marques)
1. A questão das aulas assistidas. Seja quem for o assistente das aulas, qualquer um pode preparar duas excelentes aulas e no resto do tempo ser uma mediocridade;
2. A formação, é de um absurdo total a exigência de que os professores frequentem a cada dois anos, cinquenta horas de formação, pagas do seu bolso, implicando despesas de deslocação e frequentadas nas horas em que deve estar a pensar nos seus alunos, a preparar aulas ou materiais didácticos ou simplesmente nos seus tempos de descanso e lazer e de recato familiar. Reconheço a necessidade de qualquer profissional se actualizar mas com esta cadência continua e nestas condições?
3. O relatório final de auto-avaliação, é o correspondente à confissão católica (sem ofensas a quem professa esta confissão), em vez de nos confessarmos ao padre, confessa-mo-nos ao chefinho.
Nem todos os docentes tem o mesmo nível de desempenho! E depois? Em qualquer actividade humana foi, é e será assim enquanto formos humanos e não seres robotizados e autómatos, parece-me que destas diferença nunca veio mal ao mundo, pelo contrário, tem sido precisamente em épocas de maior diferenciação entre os seres humanos que os males, implacáveis, se tem abatido sobre a humanidade.
A questão dos prémios de desempenho, sendo a noção de prémio um conceito capitalista, a verdade é que foi reintroduzido no mundo do trabalho coetânio... pelo Estalinismo!!! E agora recauchutado pelo sistema financeiro que se globalizou e governa o mundo.
Porque os burocratas tem o dom de subverter aos seus interesses toda e qualquer ideia, fazem o mesmo com o ADD, eu sou contra este ou qualquer outro sistema de ADD, avaliação de desempenho apenas vai promover a competitividade malsã e tal como os prémios promover os lambecús.
Aconselho:
Leitura: Os lambe-cus, Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume";
Documentário: Capitalismo, uma história de amor, de Michael Moore
Para melhor compreendermos o que nos rodeia e de onde tudo isto emana.
Já que o amigo passou toda a sua vida a avaliar e a ser avaliado, poderá fazer o favor de me explicar, assim como se eu fosse muito burro, com exemplos concretos e nada de conversa abstracta em que é que essa avaliação o tem beneficiado e consequentemente a empresa ou empresas em que trabalha ou trabalhou?
É que tenho conversado com amigos que são operários em diferentes ramos, outros são bancários, trabalham em seguradoras, uns estão no sector privado, outros no sector público, e todos são unânimes em dizer que a avaliação se serve para algo é para promover os lambe-cús, para acabar com a influência dos sindicatos, mudar o paradigma da solidariedade entre colegas de trabalho pelo paradigma da competição. De concreto, ninguém me consegue mostrar as vantagens em ser avaliado. É claro que cada um desses meus amigos, no local de trabalho dizem que gostam muito da avaliação e que ela é muito necessária, não querem ser despedidos.
O amigo sentia-se mais seguro num sistema judicial em que apenas 6% dos juízes são excelentes, 6% muito bons, 10% bons e o resto regular?
Há profissões que pela sua especividade, e incluo aqui os juízes, advogados, médicos, enfermeiros, polícias, professores,etc. que tem por força que ser quse excelentes a 100% porque a sua actividade é muito séria e dela depende a vida de terceiros. Mas essa excelência consegue-se com uma formação de base exigente e com a dignificação da profissão. Não me parece que um polícia que está à espera que chova para lavar a viatura possa apresentar um desempenho excelente...
Quanto ao ensino superior, os professores não têm nada que andar a criar ou inventar cursos e a recrutar alunos, mas como constituem, ou deviam, a massa crítica, a élite intelectual e científica do país, deverão sentir-se obrigados a publicar os conhecimentos que transmitem aos seus alunos e a partilhar esse conhecimento com o povinho, por exemplo publicar as palestras que dão ao longo do ano, publicar os resultados da sua investigação...
Inventar cursos e recrutar alunos? Sinceramente, assemelha-me aos coitados que diariamente me tocam à campainha a tentar vender MEOS, ZONs, ou outros...
Os professores querem ser avaliados divergem é na forma de como o fazer? Isso é para parecer bem, tenham coragem e digam o que realmente pensam, eu sou professor e não tenho problema em afirmar que recuso qualquer tipo de avaliação, quero continuar a trabalhar em solidariedade e não em competitividade com o meu colega da sala do lado e pelo que tenho conhecimento de onde se faz a avaliação de professores ou de outros quaisquer profissionais, a avaliação apenas serve para que os dirigentes da empresa ou escola dividam os trabalhadores, despeçam os indesejáveis (não os menos produtivos ou incompetentes), em suma, apenas serve para dividir para mandar.
Se me provarem por a+b os benefícios incontestáveis da avaliação, cá estou para dar a mão à palmatória, pois não tenho certezas de nada e estou cheio de dúvidas.
na pergunta que me fazes diretamente, o resto é confuso não compreendo a que te referes, deve ser dos 40º à sombra, pois no que me diz respeito tenho todo o gosto em voltar a repetir: sou contra a avaliação dos professores, como sou contra a avaliação de qualquer outro profissional. Não, leste mal, não digo que somos "todos iguais porque damos aulas", nem me faças recordar o "todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros"; o que eu disse, reafirmo e defendo, ´+e que damos aulas e por isso somos uma classe profissional, os professores, para defendermos os nossos direitos devemos organizar-nos em sindicatos e eu perante o advento dos agrupamentos e dos mega-agrupamentos também defendo que devíamos passar a organizar comissões de professores nos agrupamentos. Com o vencimento que recebo, as despesas com as acções de formação, gastos com o computador e impressão de trabalhos em casa apesar de se destinarem à escola, de facto a santa casa e a sua sopa dos pobres está cada vez mais próximo de ser o meu futuro.
Avaliação formativa? Então não leu que eu considero isto uma confissão ao diretor (antigamente era ao padre)? Gosta de pagar4 as ações de formação e de as fazer ao sábado e domingo? Ou durante a semana das 7 da tarde à meia-noite? Não tem família? Se é tão bom professor como e quando prepara as suas aulas? Não dorme, tipo professor Marcelo?
A formação resolve-se exatamente na formação, ou seja, nas ESEs, aí é que a formação deve ser feita de forma a não deixar entrar na profissão quem não revela aptidões ou, como pomposamente hoje se diz, competências para exercer a profissão.
Eu sei que "o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança", mas será que pula e gira tão rapidamente que os sacanas dos professores necessitem de se formar todos os anos?
Acabou o concurso nacional, trálálá, rebéubéubéu, pardais ao ninho. O concurso direto feito pelas direções dos agrupamentos é mais justo? Saiu de cena um concurso que apesar dos defeitos que tinha era justo para todos os concorrentes e tinha regras claras e entrou o sistema da cunha. só e apenas isso. Para lá de escolher tão bons professores que a maioria é indicada por presidentes de juntas de freguesia, de câmaras municioais, vereadores, etc. é uma justiça concursal (como eles dizem)a toda a prova, tão independente que na maioria dos casos quem decide, nada tem a ver com o ensino. É assim como se eu fosse júri num comcurso para nadadores-salvadores, não sei nadar confesso.
Se o professor avalia tem que admitir ser avaliado! Este argumento é tão rançoso... é como dizer que se um polícia prende também deve ser preso, ou se um juiz julga criminosos também deve ser julgado como criminoso. Por favor, já estou a ficar enfadado.
A avaliação aparece como arma para nos dividir enquanto classe profissional, para deixarmos de ser solidários e passarmos a ser concorrentes, e o principal, para terem uma desculpa pronta sempre que queiram despedir um professor.
Desculpe qualquer coisinha, mas na tropa, já dizia o sargento, " a velhice é um posto".
agradeço as palavras mas pode crer que eu sou bera, nada de confundir com béria, mesmo: calaceiro, subsidiodependente (ainda me faltava ouvir (ou ler) esta de que os professores são subsidiados.
"O povo anda mais tranquilo e menos irritado", não! O povo está de férias, pá!
Para ver se me faço entender, acabo de assistir num canal televisivo à leitura dos títulos dos jornais, então é assim "o governo pede aos patrões que...", "o governo exige aos trabalhadores...", já perceberam de que falamos quando falamos de avaliação?
Modelo de ADD apresentado hoje, Aquilo que foi apresentado foi "uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma". ou seja, o monstro pariu um monstrinho...
(coment´rios que deixei no blog profavaliação de Rmiro Marques)
A questão do mérito na ADD
Há pelo menos três pontos na ADD que causam mossa na minha personalidade:1. A questão das aulas assistidas. Seja quem for o assistente das aulas, qualquer um pode preparar duas excelentes aulas e no resto do tempo ser uma mediocridade;
2. A formação, é de um absurdo total a exigência de que os professores frequentem a cada dois anos, cinquenta horas de formação, pagas do seu bolso, implicando despesas de deslocação e frequentadas nas horas em que deve estar a pensar nos seus alunos, a preparar aulas ou materiais didácticos ou simplesmente nos seus tempos de descanso e lazer e de recato familiar. Reconheço a necessidade de qualquer profissional se actualizar mas com esta cadência continua e nestas condições?
3. O relatório final de auto-avaliação, é o correspondente à confissão católica (sem ofensas a quem professa esta confissão), em vez de nos confessarmos ao padre, confessa-mo-nos ao chefinho.
Nem todos os docentes tem o mesmo nível de desempenho! E depois? Em qualquer actividade humana foi, é e será assim enquanto formos humanos e não seres robotizados e autómatos, parece-me que destas diferença nunca veio mal ao mundo, pelo contrário, tem sido precisamente em épocas de maior diferenciação entre os seres humanos que os males, implacáveis, se tem abatido sobre a humanidade.
A questão dos prémios de desempenho, sendo a noção de prémio um conceito capitalista, a verdade é que foi reintroduzido no mundo do trabalho coetânio... pelo Estalinismo!!! E agora recauchutado pelo sistema financeiro que se globalizou e governa o mundo.
Porque os burocratas tem o dom de subverter aos seus interesses toda e qualquer ideia, fazem o mesmo com o ADD, eu sou contra este ou qualquer outro sistema de ADD, avaliação de desempenho apenas vai promover a competitividade malsã e tal como os prémios promover os lambecús.
Aconselho:
Leitura: Os lambe-cus, Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume";
Documentário: Capitalismo, uma história de amor, de Michael Moore
Para melhor compreendermos o que nos rodeia e de onde tudo isto emana.
Já que o amigo passou toda a sua vida a avaliar e a ser avaliado, poderá fazer o favor de me explicar, assim como se eu fosse muito burro, com exemplos concretos e nada de conversa abstracta em que é que essa avaliação o tem beneficiado e consequentemente a empresa ou empresas em que trabalha ou trabalhou?
É que tenho conversado com amigos que são operários em diferentes ramos, outros são bancários, trabalham em seguradoras, uns estão no sector privado, outros no sector público, e todos são unânimes em dizer que a avaliação se serve para algo é para promover os lambe-cús, para acabar com a influência dos sindicatos, mudar o paradigma da solidariedade entre colegas de trabalho pelo paradigma da competição. De concreto, ninguém me consegue mostrar as vantagens em ser avaliado. É claro que cada um desses meus amigos, no local de trabalho dizem que gostam muito da avaliação e que ela é muito necessária, não querem ser despedidos.
O amigo sentia-se mais seguro num sistema judicial em que apenas 6% dos juízes são excelentes, 6% muito bons, 10% bons e o resto regular?
Há profissões que pela sua especividade, e incluo aqui os juízes, advogados, médicos, enfermeiros, polícias, professores,etc. que tem por força que ser quse excelentes a 100% porque a sua actividade é muito séria e dela depende a vida de terceiros. Mas essa excelência consegue-se com uma formação de base exigente e com a dignificação da profissão. Não me parece que um polícia que está à espera que chova para lavar a viatura possa apresentar um desempenho excelente...
Quanto ao ensino superior, os professores não têm nada que andar a criar ou inventar cursos e a recrutar alunos, mas como constituem, ou deviam, a massa crítica, a élite intelectual e científica do país, deverão sentir-se obrigados a publicar os conhecimentos que transmitem aos seus alunos e a partilhar esse conhecimento com o povinho, por exemplo publicar as palestras que dão ao longo do ano, publicar os resultados da sua investigação...
Inventar cursos e recrutar alunos? Sinceramente, assemelha-me aos coitados que diariamente me tocam à campainha a tentar vender MEOS, ZONs, ou outros...
Os professores querem ser avaliados divergem é na forma de como o fazer? Isso é para parecer bem, tenham coragem e digam o que realmente pensam, eu sou professor e não tenho problema em afirmar que recuso qualquer tipo de avaliação, quero continuar a trabalhar em solidariedade e não em competitividade com o meu colega da sala do lado e pelo que tenho conhecimento de onde se faz a avaliação de professores ou de outros quaisquer profissionais, a avaliação apenas serve para que os dirigentes da empresa ou escola dividam os trabalhadores, despeçam os indesejáveis (não os menos produtivos ou incompetentes), em suma, apenas serve para dividir para mandar.
Se me provarem por a+b os benefícios incontestáveis da avaliação, cá estou para dar a mão à palmatória, pois não tenho certezas de nada e estou cheio de dúvidas.
na pergunta que me fazes diretamente, o resto é confuso não compreendo a que te referes, deve ser dos 40º à sombra, pois no que me diz respeito tenho todo o gosto em voltar a repetir: sou contra a avaliação dos professores, como sou contra a avaliação de qualquer outro profissional. Não, leste mal, não digo que somos "todos iguais porque damos aulas", nem me faças recordar o "todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros"; o que eu disse, reafirmo e defendo, ´+e que damos aulas e por isso somos uma classe profissional, os professores, para defendermos os nossos direitos devemos organizar-nos em sindicatos e eu perante o advento dos agrupamentos e dos mega-agrupamentos também defendo que devíamos passar a organizar comissões de professores nos agrupamentos. Com o vencimento que recebo, as despesas com as acções de formação, gastos com o computador e impressão de trabalhos em casa apesar de se destinarem à escola, de facto a santa casa e a sua sopa dos pobres está cada vez mais próximo de ser o meu futuro.
Avaliação formativa? Então não leu que eu considero isto uma confissão ao diretor (antigamente era ao padre)? Gosta de pagar4 as ações de formação e de as fazer ao sábado e domingo? Ou durante a semana das 7 da tarde à meia-noite? Não tem família? Se é tão bom professor como e quando prepara as suas aulas? Não dorme, tipo professor Marcelo?
A formação resolve-se exatamente na formação, ou seja, nas ESEs, aí é que a formação deve ser feita de forma a não deixar entrar na profissão quem não revela aptidões ou, como pomposamente hoje se diz, competências para exercer a profissão.
Eu sei que "o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança", mas será que pula e gira tão rapidamente que os sacanas dos professores necessitem de se formar todos os anos?
Acabou o concurso nacional, trálálá, rebéubéubéu, pardais ao ninho. O concurso direto feito pelas direções dos agrupamentos é mais justo? Saiu de cena um concurso que apesar dos defeitos que tinha era justo para todos os concorrentes e tinha regras claras e entrou o sistema da cunha. só e apenas isso. Para lá de escolher tão bons professores que a maioria é indicada por presidentes de juntas de freguesia, de câmaras municioais, vereadores, etc. é uma justiça concursal (como eles dizem)a toda a prova, tão independente que na maioria dos casos quem decide, nada tem a ver com o ensino. É assim como se eu fosse júri num comcurso para nadadores-salvadores, não sei nadar confesso.
Se o professor avalia tem que admitir ser avaliado! Este argumento é tão rançoso... é como dizer que se um polícia prende também deve ser preso, ou se um juiz julga criminosos também deve ser julgado como criminoso. Por favor, já estou a ficar enfadado.
A avaliação aparece como arma para nos dividir enquanto classe profissional, para deixarmos de ser solidários e passarmos a ser concorrentes, e o principal, para terem uma desculpa pronta sempre que queiram despedir um professor.
Desculpe qualquer coisinha, mas na tropa, já dizia o sargento, " a velhice é um posto".
agradeço as palavras mas pode crer que eu sou bera, nada de confundir com béria, mesmo: calaceiro, subsidiodependente (ainda me faltava ouvir (ou ler) esta de que os professores são subsidiados.
"O povo anda mais tranquilo e menos irritado", não! O povo está de férias, pá!
Para ver se me faço entender, acabo de assistir num canal televisivo à leitura dos títulos dos jornais, então é assim "o governo pede aos patrões que...", "o governo exige aos trabalhadores...", já perceberam de que falamos quando falamos de avaliação?
Projetos de resolução do PCP e do BE para suspender a ADD não convenceram o Parlamento
Não foram os projetos que não convenceram, os políticos oportunistas (no caso, PSD e CDS/PP)é que revelaram a sua verdadeira face: mentirosos que dizem e fazem uma coisa para captar o voto, voto no bolso os eleitores que se lixem...Modelo de ADD apresentado hoje, Aquilo que foi apresentado foi "uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma". ou seja, o monstro pariu um monstrinho...
Jaime Crespo
Professor do 1º CEB
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