sindicalismo / sindicaleiros

Seja nos nossos locais de trabalho, seja em conversas informais com amigos, conhecidos ou interlocutores de ocasião, sobressai aos olhos que um descontentamento generalizado e uma fissura intapável se abriu entre os trabalhadores e os atuais dirigentes sindicais. Apesar de esboçarem negação é hoje indesmentível os baixos níveis de sindicalização que se verificam em Portugal, a par disso, as cada vez mais fracas adesões dos trabalhadores às iniciativas sindicais, a que a cosmética mobilizadora da CGTP/PCP já não consegue disfarçar.
Perante este cenário, julgamos não podermos adiar mais este debate, no seio do Bloco de Esquerda e dando a palavra a quem trabalha, perdendo a arrogância diretiva daqueles que julgam a todo o momento o que é melhor para os trabalhadores, que julgam conhecer-lhes os anseios, as suas dificuldades e a saída para os seus problemas.
Opinemos pois, mas principalmente, que sejamos capazes de devolver a palavra a quem trabalha.
estou sindicalizado no SPGL, exerço no 1º CEB, num agrupamento em Monte Abraão. nas últimas eleições para a direção do spgl, num universo de cerca de 30 a 50 votantes, votaram 9. estamos a falar num agrupamento que tem cerca de 300 professores, quase metade já nem são sindicalizados e no spgl estarão uns 30. julgo serem indicadores suficientes para preocuparem as direções sindicais. mas não, assobiam p'ró ar e continuam.
devemos refletir se a via seguida pelos dirigentes sindicais, a concertação social é a melhor via para defender os direitos dos trabalhadores. pelos vistos, a julgar pelos resultados, perdemos quase todos os direitos que levaram séculos a conquistar em menos de uma década. à partida, não me oponho a negociações, elas são indispensáveis e os patrões inteligentes negoceiam com os seus trabalhadores. agora, negociações nas quais são sempre os mesmos a ceder e a baixar as calças, peço desculpa, mas já me dói o cu...


Jaime Crespo, Bloco de Esquerda de Nisa

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