Bairro de Santa Filomena: iminência de novas demolições que degradarão a vida de dezenas de pessoas
Bairro de Santa Filomena
(Amadora):
iminência de novas demolições que
degradarão a vida de dezenas de pessoas
iminência de novas demolições que
degradarão a vida de dezenas de pessoas
25 de Setembro
O Colectivo
Habita e a Comissão de Moradores/as do Bairro de Sta Filomena vêm por este
meio denunciar e manifestar a sua preocupação com o processo de demolições que
se prepara para recomeçar. Novamente, as famílias começaram a ser chamadas ao
atendimento social da Câmara. A autarquia convocou-as para um
atendimento individualizado, com a presença de representantes do ACIDI
e da embaixada de Cabo Verde, para dizer que nada têm para
oferecer: não lhes é apresentada qualquer solução
mas é-lhes exigido que abandonem as suas casas
rapidamente. A Câmara e o ACIDI assumem que o destino
destas famílias, a sua integridade e segurança bem como os seus
direitos não têm qualquer importância.A situação concreta das famílias em causa é preocupante: fora do PER estão no total uma centena de agregados familiares, representando umas 380 pessoas entre as quais pelo menos 105 crianças e jovens de menos de 18 anos, mais de 80 pessoas estão desempregadas, pelo menos 14 pessoas que sofrem de invalidez permanente, deficiência ou doença crónica. Também incluem muitas famílias monoparentais, a maior parte compostas por uma mãe e seus filhos/as. A média dos rendimentos está a volta de 250€, 300€ por mês.
É preocupante também o facto de estarmos no período de Outono/ Inverno em que as condições meteorológicas são mais adversas; assim como a existência de várias crianças que já iniciaram o ano escolar e se vêm agora ameaçadas de despejo sem alternativas, atentando contra os seus mais elementares direitos, provocando uma instabilidade prejudicial e inaceitável.
Relembramos que todas as famílias desalojadas na primeira fase não viram até hoje qualquer tipo de apoio e vivem em condições degradantes, incertas, que não respeitam a sua dignidade e segurança.
Se a Autarquia e o Governo não têm, ou não querem ter, programas e alternativas para as pessoas que não conseguem aceder ao mercado livre de habitação, então é necessário que suspendam o processo de demolições e despejos em curso. O critério de constar num recenseamento de há 20 anos atrás (PER, 1993) está ultrapassado e é inaceitável. A situação do país é grave e a das pessoas pior: os níveis de desemprego e de diminuição de rendimentos não podem ser acompanhados pela humilhação e indignidade do despejo sem que se assegure qualquer alternativa.
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