2 ou 3 notas sobre a Moção de Censura (ainda)


Já não sei se teixeira dos santos apresentou, ontem o PEC 4 ou 5, eles caem-nos em cima como merda de gaivota, a qualquer dia e em qualquer hora. Mas achei oportuno deixar aqui umas notas sobre a moção de censura, apresentada pelo Bloco de Esquerda, que afinal foi acontecimento apenas 5ª feira passada, no entanto, já ultrapassada pela vertigem da crise financeira que tudo e todos tritura.
Os politólogos que tenho ouvido nos vários canais de tv, têm afinado pelo diapasão da inutilidade que foi esta moção.
Discordo plenamente.
Não poderia haver tempo mais adequado, dia seguinte à tomada de posse do Presidente da República, vamos falar a sério e separar águas: quem está com os PEC’s deste mundo e quem está contra?
E as águas, para espanto de todos abriram e apareceu um caminho entre elas.
Por um lado, a favor da Moção, ficou o Bloco, a CDU e parece que dois deputados do PS.
Contra, o óbvio PS.
PPD/PSD e CDS/PP ficaram-se por uma tímida abstenção.
As razões apresentadas, “não se trata de uma moção de censura mas de ternura”, não sei quem fez o cafuné a quem, mas fiquei a saber quem através da mesura se apresentou para futuro parceiro de governo (de coligação) seja ele do PS ou do PPD/PSD, o CDS/PP.
Quanto ao PPD/PSD, aquela desculpa de não voto nesta moção porque tu não queres que eu vote nela, onde é que eu já ouvi isto? Ah, na escola primária, “não quero jogar porque a bola é tua e tu não deixas”.
Em suma, os abstencionistas abstêm-se por razões diferentes: Paulo Portas, entreabre a porta a Sócrates, deixando-a meio aberta a Passos Coelho; Passos Coelho manda os seus deputados absterem-se, porquê? Talvez (com medo de ser) fodido. 

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