A importância de votar Bloco



Perante a atual conjuntura política mundial, em que se assiste a um inaudito ataque das forças do poder financeiro que tentam impor a todo o custo as suas regras e estabelecer o seu controlo sobre a economia mundial e por inerência às economias nacionais, adaptando-se esse cenário a Portugal na forma da atual crise, assistimos a um fortalecer de posições por parte de toda a direita, da mais liberal à mais conservadora, cujo resultado é visível numa campanha de intoxicação pública mantida através dos media, acenando com o espantalho da crise, vão amedrontando o povo para de seguida o dominar como mais convier.
Vemos, impotentes, à promoção pública e descarada de uma Nova União Nacional, sob a capa do necessário "combate à crise e do interesse nacional", é-nos assim servido em doses diárias a urgência de as forças políticas responsáveis (!), leia-se PS, PSD e CDS, exatamente os promotores da crise, se unem e formem um governo de unidade nacional, composto "pelos bons portugueses, os responsáveis e credíveis" para que assim o FMI e o FEEU nos possam ajudar a sair da crise.
Esta Nova União Nacional, tem como principais promotores os banqueiros, financeiros, patrões da indústria e do comércio e é até abençoada por Sua Eminência o Cardeal Patriarca que aparece assim como um Cerejeira hodierno.
A este espírito entre o nacionalismo balofo e o missionarismo hipócrita, não falta sequer a figura patriarcal do Dr. Mário Soares, esse iminente hipócrita da nossa política e que chegado a velho, vê regressarem os fulgores juvenis da conspiração e não para de artigo em artigo, de reunião em reunião, debate em debate, de cumprir o seu papel de peão avançado do capitalismo internacional em Portugal.
A esta união nacional tripartida, presidiria o inefável Dr. Cavaco, lá do alto do seu império.
Enfim, não falta nada a esta Nova União Nacional: um Salazarito de três cabeças (t’ arrenego!), Sócrates, Coelho e Portas, um Américo Tomás de duas, Cavaco e Soares e depois, novamente e sempre a padralhada com o Cardeal Patriarca na frente. Tudo supervisionado pelos assalariados do FMI e da EU.
Perante este cenário, que será de total descalabro para as forças progressivas da sociedade, para a classe trabalhadora, enfim, para Portugal, há que contrapor com caráter de urgência uma força de resistência e de luta que signifique o contrário a todo este cenário que está a ser montado para as eleições de 5 de junho, às quais só faltam os boletins de voto pré preenchidos para termos uma chapelada à moda antiga.
Essa força é, se assim quiser desempenhar esse papel, o Bloco de Esquerda.
E é o Bloco de Esquerda porquê?
Porque, a meu ver, tem pela sua constituição o germe da força agregadora de uma esquerda desorientada e com falta de rumo e dirigentes, ainda que muitos dos seus dirigentes e militantes o não saiba ou não queira saber. Depois, pela sua composição, o Bloco é já por si, um movimento político diversificado onde confluíram pessoas de todas as origens da esquerda, do marxismo ao leninismo, passando pelo trotskismo, e que não desprezando as suas origens, já fizeram entretanto alguma da atualização necessária que essas correntes políticas e filosóficas necessitam para se adaptarem aos dias de hoje.
Nesta linha de reflexão, pode o Bloco ser ainda mais agregador da esquerda, constituir-se no elo essencial e fundamental que consiga quebrar a histórica intransigência do PCP, trazer para esta luta o PS que indubitavelmente é de esquerda mas revela tendências de governar à direita, influenciar as centrais sindicais e trazer à luta todo o povo que neste momento perde direitos, trabalho, dignidade e ainda paga os lucros dos senhores do capital financeiro.
Para que o Bloco possa ser esta força é necessário que todos os que estão descontentes com este estado de coisas votem maciçamente no Bloco a 5 de junho, só assim teremos força para combater a Nova União Nacional, os seus políticos hipócritas e suas políticas de sonegação dos direitos mais fundamentais do Homem: direito a um trabalho com direitos e estabilidade para poder viver com dignidade e livre.
Votar não chega, é necessário depois continuarmos atentos e ativos, não dar tréguas nem cedências e obrigar aqueles que elegermos a representarem de fato este papel histórico e a defenderem os nossos interesses.
De políticos hipócritas e de políticas contra os trabalhadores estamos por aqui.
Resumindo: para dizer não às políticas atuais e à Nova União Nacional, para defender os direitos sociais, os serviços públicos de qualidade, os direitos dos trabalhadores, por um trabalho com direitos, contra o neo-esclavagismo do recibo verde e do trabalho precário, é necessário e fundamental votar Bloco de Esquerda.
Por uma força agregadora das esquerdas que imponha políticas de esquerda ao governo de Portugal, voto Bloco de Esquerda.
Jaime Crespo
(aderente nº 8088, B.E. de Nisa)

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