PLATAFORMA POLÍTICA PARA AS ELEIÇÕES AO “PARLAMENTO” EUROPEU

o Partido Operário de Unidade Socialista, POUS, teve a gentileza e amabilidade de me fazer chegar a sua plataforma com a qual se submete às próximas eleições para o parlamento europeu.
retribuo o gesto, publicando aqui o documento e prometendo desde já um futuro comentário ao documento.
aqui fica, pois :


PLATAFORMA POLÍTICA PARA AS ELEIÇÕES AO “PARLAMENTO” EUROPEU
Unidade dos trabalhadores com as suas organizações.
Para reatar com o 25 de Abril.
Pela cooperação solidária entre os povos, base da construção de uma União Livre de Nações
Soberanas da Europa.
Pela ruptura com as instituições da União Europeia assentes nos tratados de Maastrich e de
Lisboa e nos novos tratados orçamentais.
Fazemos parte dos muitos milhares de militantes que não paramos de participar nas mobilizações e nas
greves, com milhões de trabalhadores e cidadãos, que muito legitimamente rejeitam as medidas de
sobrevivência do capitalismo, impostas por memorandos da Troika e directivas da União Europeia.
Em todas estas mobilizações se tem expressado a firme vontade de pôr fim à política de desemprego,
precaridade, emigração forçada, cortes nos salários e pensões, privatizações, desertificação e pobreza,
como gritou um milhão de portugueses, a 15 de Setembro de 2012, nas ruas e praças de todo o país: “Que
se lixe a Troika, queremos as nossas vidas!”.
Em todas se tem expressado a profunda aspiração de retomar o caminho do 25 de Abril, assumido no
entoar da sua canção senha “Grândola, Vila Morena”.
Sabemos que esta profunda aspiração a uma mudança de políticas, em Portugal e nos outros países da
Europa, só ainda não pôde concretizar-se porque a orientação das Centrais sindicais e da maioria das suas
Direcções, por um lado, e dos partidos que se reclamam da defesa dos interesses da classe trabalhadora,
por outro, não assumem a ruptura total com as instituições de Bruxelas e da União Europeia. Instituições
que são, na realidade, os pilares de um Governo ilegítimo e odiado pelo povo, Governo que não se coíbe de
afirmar que – mesmo com a saída oficial da Troika – o seu programa de sacrifícios e de roubo da riqueza
nacional irá prosseguir. Como o declara, com todo o impudor, a sua ministra das Finanças: “O pior ainda
está para vir”.
A situação existente não é uma fatalidade: a mobilização dos trabalhadores, utilizando as suas
organizações sindicais e comissões de trabalhadores, pode modificar a orientação destas, na via da
independência e na realização da unidade, defendendo os interesses daqueles que representam.
Foi compreendendo isto, que militantes de várias tendências políticas e partidárias começaram a organizar
uma rede, procurando em cada sindicato, em cada luta concreta, levar a cabo a concretização deste
caminho.
Foi o caso, entre outros, da luta dos professores, em Junho passado, que – unindo-se e organizando-se a
partir das suas escolas – conseguiram impôr um recuo a este Governo, que teria atingido uma outra
dimensão se as Direcções sindicais da Função Pública tivessem aderido a esta luta.
Com a mesma estratégia se interveio, embora com resultados diferentes, na luta em defesa dos Estaleiros
Navais de Viana do Castelo e de todos os seus postos de trabalho, procurando associar o apoio unido de
sectores importantes da classe trabalhadora, como as comissões de trabalhadores do Parque industrial da
Autoeuropa e da Marinha Grande, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, à luta da população de
Viana e da sua Autarquia.
Este caminho constrói-se em toda a Europa, onde a luta dos trabalhadores e dos povos para derrotar estes
planos e estes memorandos não pára de crescer.
É nossa convicção, como certamente a de muitos outros cidadãos, que tais mobilizações poderão ser a
base para uma profunda viragem política em toda a Europa, impondo a formação de governos que, em vez
de políticas de competitividade e destruição, subordinadas aos interesses do capital financeiro especulativo,
apostem na cooperação solidária entre os povos. A cooperação solidária será a única maneira de poder
salvaguardar tudo aquilo que já conquistámos, criando uma dinâmica que abrirá a via à construção de uma
União Livre de Nações Soberanas da Europa.
Foi com esta perspectiva política que uma delegação de militantes e dirigentes políticos e sindicais
participou numa Conferência Operária Europeia, em Paris, em 1 e 2 de Março, donde saiu uma Declaração
política com a qual nos identificamos e subscrevemos.
Esta Declaração afirma:
«(…) Refutamos como mentirosas as declarações dos Barroso, Rhen e companhia…, segundo as quais a
aplicação dos seus planos contribuiria para tirar os nossos países da crise.
(…) Reafirmamos, com provas em mãos, que são os "planos de ajustamento estrutural", decididos pelos
representantes do capital financeiro, coordenados no nosso continente pela UE e aplicados por todos os
nossos governos, que levam as nossas sociedades ao caos, e somente eles!
Rejeitamos o que tem sido afirmado, nos últimos dias, pelas instâncias dirigentes da Confederação
Europeia dos Sindicatos - CES (que retomam as do Parlamento europeu), sugerindo que a principal
objecção que se pode fazer à Comissão Europeia é de que se teria afastado dos tratados, como se os
"planos de ajustamento estrutural" não estivessem incluídos inteiramente nestes tratados.
Por conseguinte, não aceitamos o conto de fadas de uma possível "democratização" das instituições
europeias por um pretenso "parlamento", e apoiamos com todas as nossas forças a “rejeição” da UE e das
suas instituições que se irá expressar a 25 de Maio.
A nossa experiência mostra que a única esperança para a classe operária – para defender e reconquistar a
democracia e para o futuro dos nossos povos – é o desenvolvimento da luta de classes ,que obrigará cada
um dos nossos governos a abandonar a sua política de "reformas" e a romper com a UE e os seus tratados.
A esperança da classe operária de todos os nossos países está na sua própria capacidade para se juntar
com as suas organizações – cuja independência deverá ser preservada – por forma a abrir a via à
mobilização unida que ultrapassará os obstáculos que continuam a ser postos no seu caminho. Decidimos,
com todos os meios de que dispomos, ajudar a consegui-lo.
Por todos estes motivos a nossa Conferência, consciente das suas responsabilidades, decidiu retomar o
compromisso estabelecido no final da Conferência de Tarragona, o qual ganha, à luz dos últimos
acontecimentos, uma relevância maior do que nunca.
(…) É desta forma que nós – militantes operários responsáveis – reafirmamos a nossa solidariedade activa
com os nossos irmãos ucranianos, bósnios, gregos,…
É desta forma que faremos renascer este valor essencial de que se dotou o movimento operário desde as
suas origens: o internacionalismo proletário!»
Para dar uma expressão organizada a esta Declaração no nosso país – tal como os outros participantes na
Conferência de Paris irão fazer nos seus respectivos países – prosseguiremos a acção política que já
estávamos a desenvolver, sobre a linha da defesa da independência e da unidade das organizações
sindicais dos trabalhadores. Esta linha de independência e unidade é imprescindível em todos os processos
de luta dos trabalhadores, nomeadamente para impedir as já anunciadas privatizações da T A P, da Caixa
Geral de Depósitos, das Águas de Portugal e para exigir o retorno ao sector público das empresas
constitutivas dos sectores básicos da economia.
Para dar a conhecer ao povo trabalhador português estes acordos políticos e alargar a rede dos militantes
que se propõem defendê-los, decidimos utilizar a legalidade democrática conquistada com o 25 de Abril
nesta campanha eleitoral para o “Parlamento” Europeu – não tendo sobre ele qualquer ilusão –, aceitando
para isso formalizar esta candidatura através do Partido Operário de Unidade Socialista (POUS).
Subscrevo esta Plataforma:
Nome                                           Qualidade em que subscreve
jaime crespo                                   intelectual de esquerda

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