O FIM DE UMA FAMÍLIA

hoje foi a enterrar, a irmã do meu pai, a minha tia Maria de Oliveira. De quatro irmãos em que era a única rapariga, foi também a última resistente e quem ficou com a chave para fechar a porta da família.
O meu pai Fernando era o mais velho, a seguir era a Oliveira, depois o Joaquim e o mais novo e mais infeliz o Zé.
O Zé morreu jovem, vinte e poucos anos, e, Angola, ainda quase criança, naquelas idades em que ainda ninguém merece morrer.
Nunca os meus avós recuperaram, nunca mais foram os mesmos.
Enfim, as voltas que a vida dá.
À minha tia Maria Oliveira coube possuir a chave que fechou para sempre a porta desta família. Agora ficam filhos e filhas, netos e netas, formando outras famílias.
E é assim a vida, nascemos para morrer, uns continuam o trabalho de outros, espero que nos bons exemplos.
Uma parte da família apropriou-se de parte dos terrenos que por herança eram da minha avó, do velho Pequito, para situar. Ora eu pergunto-me se valeu a pena a facécia? Pois se mais tarde ou mais cedo tudo vai acabar naquele buraco rectangular que pelas medidas inglesas, leva sete palmos de terra.
Descansa em paz, tia, junto dos teus pais e irmãos.
Jaime Crespo

Comentários

Mensagens populares deste blogue

estamos quase lá...

o 25 de abril não existiu