A Crise



Falemos pois da Crise, esse diabo horripilante que diariamente nos acenam. A crise de facto não existe, é o fantasma de que o capital financeiro internacional se serve para nos amedrontar e assim nos levar pela certa aonde quer. Esta Crise tinha de início um objetivo: dotar os governos nacionais de um alibi para executar o programa de privatizações das empresas que interessam a esse capital financeiro controlar. De bónus, esta situação ainda lhes dá a redução dos direitos laborais a nada.
Olhe-se para a situação da Grécia e compreender-se-á tudo isto muito claramente.
Os governos e parlamentos nacionais, eleitos pelo povo, estão de mãos atadas e apenas cumprem as ordens emanadas pelos capitalistas, a partir do momento em que perderam o controlo das principais e estruturantes atividades económicas: financeira (bancos e seguradoras, energias, etc), e assim ficaram os estados nacionais descapitalizados e nas mãos dos novos agiotas.
Vão difundindo o slogan de que o que é privado é que é bom, e assim privatizam o que falta: os transportes, a educação, a saúde, a justiça, a água... um dia qualquer acordas e o ar que respiras está privativado e um funcionário qualquer a aparelhar-te o nariz para medir o consumo de oxigénio e o ânus para medirem o nível de gases poluentes que libertas...
Oiça-se atentamente a entrevista de Rui Machete, ontem à Antena 1 e compreende-se o papel reservado aos partidos de esquerda, no caso português o PCP, deve levar as pessoas à rua mas controlá-las para que se manifestem ordeiramente sem as arruaças que se vêm noutras paragens.
Assim, numa penada, o capital financeiro ganha duas batalhas: a privatização das empresas que lhes interessam e reduzir os direitos laborais a pó.
No dia em que consigam almejar estes dois objetivos a crise acaba e tudo voltará à normalidade, exceto a vida de quem trabalha.

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